10.13.2004

 

Histórias Frustradas de Neves - Parte 3

Por Plínio Falaz

Poucas vezes na vida um homem foge perante a batalha. Neves é um rapaz comum, com desejos adolescentes e por isso mesmo, não dispensa qualquer chance de transar. Mas dessa vez foi diferente.
Santos, 1997, em pleno Carnaval. Neves e um amigo caminham tranquilamente pela orla. Num dado momento, ambos decidem sentar-se na muretinha que cerca a praia, observando possíveis alvos, como um leão à espreita na savana. Horas se passam, acompanhadas de cigarros e diversas cervejas, ´quando, já a ponto de desistir, Neves avista duas meninas. Embora o cartão de visitas não fosse dos melhores, ambas possuíam belos corpos, de modo que Neves e seu amigo abordaram as desavisadas damas.
Menos de cinco minutos se passaram até que Neves tentasse seu primeiro bote. Sem qualquer aviso, laçou a vítima pela cintura com um de seus braços, puxando-a para se sentar na mureta. A morena foi receptiva, sentando-se e pousando uma de suas mãos nas coxas de Neves. O ataque fora um sucesso. O amigo, enquanto isso, continuava a desenvolver uma conversa "John Casablancas" com a outra garota, enquanto Neves agora se empenhava no próximo passo, o 'arm-lock'.
Mais dois minutos de agradável conversa se sucederam, até que Neves viu uma brecha, e puxando as duas pernas da menina para cima de suas coxas, envolveu-a novamente pela cintura, agora com maior força, e aplicou um indefensável malho. Ok, 1 ponto conquistado. Neves agora partiria para os três pontos.
Através da argumentação e da lógica euclidiana, Neves agora tentava provar por A+B para a donzela que seu apartamento, próximo do local, além de mais confortável, renderia horas de diversão a ambos. Instruindo seu colega a dar uma volta com a outra garota, puxou a moçoila, cujo nome era Rose, e começou a arrastá-la em direção do seu apartamento.
Rose resistiu bravamente e argumentou que, embora adorasse ir até o apartamento de Neves, não poderia, pois já era próximo da meia-noite, e ela estava em casa com seus pais. Neves viu frustradas suas expectativas de sexo e lançando uma última cartada, pediu o telefone de Rose, assegurando a manutenção de suas atividades sexuais quando regressasse para São Paulo.
Findo o Carnaval, no dia seguinte, Neves voltou pra capital ligando logo que pôde para o telefone anotado.
- "Alô, eu queria falar com a Rose."
- A resposta: "Rose, que Rose?"
- "A Rose não mora aí?"
- "Qual Rose?"
- "A moreninha, de 16 anos, conheci ela na praia."
- "Ah, tá, moço, deve ser a Rose, a filha da dona Alcira do 24."
- "Dona Alcira do 24? Que porra é essa de 24?"
- "É que aqui é orelhão comunitário."
Neves lentamente desligou o telefone e tomando o papel com o telefone anotado, incinerou-o e livrou-se dele rapidamente. Neves não iria transar.
Moral da história: "Se tiver que comer, coma logo. Se levar pra viagem pode ser estrague."
Plínio Falaz é advogado onanista, formado pela Faculdade de Direito e Esquerdo de Rondonópolis. Aos 3 anos de idade, foi internado ao se engasgar com um guidão de bicicleta.


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